








LEO
RAMELLA
Tive que sentir abaixo aos meus pés, a terra, para entender a caminhada, a poesia. Tive que libertar minha mente, desapegar dos pés, para flutuar no universo musical de um ser singular.
Dos papos de mesa de bar na faculdade de Comunicação & Artes de Campinas, o palco compartilhado em aventuras, até o menino que joga basquete pelas ruas de Analândia. Me aprofundei como amigo. Parceiro. Querido.
Como pessoa... simpático, honesto, determinado, criativo, alegre, viajante e às vezes desligado (com ele aprendi que estar desligado não necessariamente é algo ruim, na verdade é estar ligado em outras coisas até mais importantes do que as que são “visíveis aos olhos”).
Mas sua musicalidade e arte parecem estar-me apenas sempre transbordando em sua riqueza, qual ao mesmo tempo rica e simples. O que tantos levam anos (às vezes nunca) a entender: Original.
Na palavra, na melodia. Tantas formas. Versátil, eu diria. Mas quando um estilo complementa o outro, conseguimos de fato entender sua visão sobre a música. E que prazer em dizer, “música brasileira”!
Sua trajetória é interessante... de um músico solo que toca samba em bares, a tempestade da energética banda A Chuva e suas mais novas variações e experimentos, os Contos do Sertão que trouxeram o encontro do Fruto do Conte, a música regional. E como não mergulhar no oceano do último projeto, que o despe de uma maneira cósmica. Onde sua musicalidade caminha por diversas modalidades artísticas, bem acompanhado por tantos outros gênios. Que constroem essa obra chamada “Nave Mãe”.
O que antes era agradável, hoje é indispensável. Se você gosta de música... bem-vindo a bordo. Pois sua jornada nunca mais será a mesma.
Por Décio Mendes